Especial | Taxas de Igrejas: mais uma?

Quem já casou ou vai casar na igreja deve ter se deparado com as recomendações e normas a serem obedecidas. Elas valem também para os profissionais de eventos, por exemplo: onde nós fotógrafos devemos nos posicionar até as músicas e decoração permitidas no local.

Além da taxa de utilização da igreja para cobrir gastos (energia, limpeza, funcionários etc.), em algumas (quero deixar claro que não são todas), principalmente das grandes cidades, você deve seguir uma lista cheia de fornecedores (em que a maioria deles não está na sua lista de preferência ou não cabem no seu orçamento) e, infelizmente, contratar os serviços oferecidos por essas empresas. Sim, os noivos se veem obrigados a fazer uso dos credenciados ou estão sujeitos a pagar "multas".

É o chamado "Guia dos Noivos", um livrinho que, além das regras do local, tem as empresas cadastradas (assessoria, fotos, decoração, músicos) que podem trabalhar livremente, sem que você pague a taxa para a igreja. Para fazer parte dele, cada prestador de serviço paga R$ X por ano, mais R$ Y por casamento em que atuar.

Caso não queira utilizar essas empresas do guia, então você deve pagar para que os profissionais que escolheu possam trabalhar no seu casamento. Isso vale para cada item que não seja "parceiro" daquela igreja.

Por exemplo: quando você for casar e quiser levar um coral ou fotógrafo que não esteja no Guia de Noivos daquela igreja, você paga a "multa" para ele poder trabalhar. E o pior: tem locais que nem te dão essa opção: ou você usa os deles ou não casa lá.

E quem perde com isso?

Ambos, profissionais (vou relatar um acontecimento conosco no decorrer do texto) e o casal, que além de pagar para poder se casar, não tem o direito de liberdade de escolha dos fornecedores que vão participar do seu evento. Além disso, os participantes da lista tendem a ser mais caros que os demais do mercado (pois têm que repassar aos clientes o valor da taxa) e também ser menos maleáveis a negociações.

Isso é correto? A prática é ilegal ou não?

Para o Procon, a igreja não pode criar qualquer tipo de condição ou dificuldade para a escolha de um serviço, pois caracteriza venda casada. Pode haver uma lista como mera sugestão, não como imposição.

Esse problema afeta a todos os segmentos, inclusive nós, profissionais de fotografia, que como em qualquer outra profissão, temos sempre de estudar, participar de workshops e feiras dedicadas ao ramo, nos atualizar com as tendências do mercado e investir em equipamentos (que não são baratos e devem ser renovados com frequencia).

Algum tempo atrás, conhecemos um casal durante uma degustação, pegaram nossos contatos e alguns meses depois agendaram um horário em nosso escritório. "— Ótimo! Interessaram-se pelo nosso trabalho e nos querem conhecer melhor." - pensamos.

É então que chega um e-mail do noivo na semana da reunião com a seguinte mensagem: "Boa tarde, estamos cancelando a visita pois decidimos fechar com um profissional indicado pela igreja."

O que dizer nesse momento? Só porque não somos credenciados em nenhuma igreja, nosso trabalho vale menos que o do outro? Como saber se ele é inferior a um que tem cadastro para trabalhar naquele local?

Conclusão: perdemos a oportunidade de expor nosso portfólio e divulgar nossos serviços por não termos a nossa empresa na lista de fornecedores daquela paróquia. Infelizmente é assim que funciona na maioria das vezes.

O que fazer então?

O Procon recomenda ao casal enviar uma carta para o padre responsável pela paróquia, com uma solicitação formal dos serviços que os noivos desejam usar. Se a carta não funcionar, o casal ainda pode tentar uma conversa ao vivo antes de acionar o órgão. (Fonte: Portal iG)

Esperamos que após esse texto/desabafo possamos refletir para que os sonhos de muitas pessoas não sejam prejudicados e que os prestadores de serviços possam exercer os seus trabalhos livremente, sem serem impedidos. Sabemos que não é fácil, mas é preciso a união dos envolvidos para mudar essa situação e lutarmos pelo o que é justo. Estamos dispostos a tentar!

Texto: Marcia Parodi

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